Foi aberta oficialmente nesta segunda-feira (26) a 3ª Semana Municipal de Conscientização e Respeito às Diferenças em Pinhais. O evento é realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), por meio do Centro da Juventude, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado às Deficiências Sensoriais Helen Keller (Cads). As instituições Apae de Pinhais, Faculdade Unicesumar, Fundação Weiss Scarpa, Instituto Reagir e Gladiadores Curitiba Quad Rugby também participam da programação que vai até sexta-feira (30), e pode ser conferida no site do Centro da Juventude.
O primeiro dia de atividades foi marcado pela temática do Dia do Surdo e a campanha Setembro Azul, período dedicado à comunidade surda. A cor simboliza o período da Segunda Guerra Mundial, quando eram amarradas fitas azuis em pessoas com deficiência. No cerimonial, a menção à campanha também destacou as muitas datas deste mês que reportam as histórias de lutas e conquistas do Ser Surdo ao longo do tempo.
Realizado no auditório da Unicesumar em Pinhais, a abertura contou com a presença de autoridades do município, incluindo a prefeita Rosa Maria, a secretária de Assistência Social, Rosangela Batista, o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Bruno sitima, o vereador Arnaldo do Vizinho Solidário, e da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho do Estado do Paraná.
O público pôde assistir a apresentação cultural dos educandos do 3º ano período integral da Escola Municipal Antonio Andrade, uma palestra e relato de experiências com o profissional surdo Éden Veloso e a exposição de telas “O sentido do olhar”, da artista plástica Estela Sandrini, com acessibilidade da cor nas obras táteis da doutora engenheira Sandra Marchi e coordenação de Andrea Rocha, além da exposição amadora “Arte Surda” de estudantes surdos de Pinhais.
Representando a Secretaria de Educação, a coordenadora do Cads Helen Keller, Marley Sanches, enfatizou a importância da escola na formação das pessoas com deficiência. “A escola é muito importante para a pessoa, ainda mais para uma pessoa surda, que aprende de maneira diferente. No Cads, a gente trabalha na área da criança com surdez, e também na área visual, mas quando a gente vê uma criança do cmei já tendo a oportunidade de ter um intérprete de Libras e também ter uma professora ensinando a Libras, é muito bom, porque a oportunidade vai ser gigantesca para essas crianças”, afirmou.
A prefeita Rosa Maria exaltou o trabalho em conjunto de todas as equipes. “Esse trabalho em rede funciona, faz com que nós avancemos nas políticas públicas para as pessoas com deficiência, é nossa obrigação compreender para melhor implementar e assegurar os direitos dessas pessoas, e o respeito às diferenças faz toda a diferença na vida de cada um. À medida que nos fortalecemos nesse sentido, a comunidade sempre vai ganhar, então que sejamos mais cuidadosos, mais carinhosos, mais responsáveis, a fim de que as diferenças sejam sempre respeitadas”, finalizou.
No hall de entrada do auditório, a tela “Fim da tarde na praia” compunha a exposição de arte. Trabalho da jovem Rayana Karoline Monteiro, de 18 anos, que por meio de oficina realizada no Centro Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Semel), desenvolve a habilidade pela qual pretende também ser professora. Rayana perdeu a audição de um dos ouvidos aos quatro anos de idade. "Sempre tive muita dificuldade para aprender outras matérias, mas sempre me esforcei na escola, as coisas que mais gostava de fazer era desenhar, sempre gostei muito de arte. Sofri muito, não conseguia entender as matérias, mas com ajuda de professores e de intérpretes [de Libras], consegui e estou melhorando muito”, comentou a aluna que, no contraturno do 1º ano do Colégio Estadual Leocádia Braga Ramos, faz Atendimento Educacional Especializado pelo Colégio Amyntas de Barros, cujas aulas acontecem no espaço do Cads Helen Keller.